Argopecten coopericellus (Ferreira, 1960)
FERREIRA, C. S. 1960. Contribuição á paleontologia do Estado do Pará. Revisão da família Pectinidae da formação Pirabas (Mioceno inferior), com a discrição de novas espécies. VI. Mollusca-Pelecypoda. Arquivos do Museu Nacional (Brazil), 50: 135-165, pls. 1-4. [p. 150, pl. 2, fig. 4]
1960 Chlamys (Argopecten) coopericellus Ferreira, 1960
C. S. Ferreira, 1960, plate 2.
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«Descrição — Concha de tamanho médio, ligeiramente mais larga do que alta, convexa, moderadamente oblíqua, arredondada, ângulo umbonal obtuso (95°). Ornamentação consta de 21 costelas subarredondadas sobrepostas por linhas de crescimento bem visíveis na margem ventral. Interespaços mais estreitos do que as costelas, esculturados com linhas concêntricas. Nota-se ainda em cada interespaço uma pequena costela, que é bem visível na região compreendida entre o têrço inferior da concha até a margem ventral. Aurículas desiguais, sendo a posterior maior, ambas ornamentadas com 8 a 9 pequenas costelas cruzadas por linhas concêntricas. Cavidade resilial pequena e triangular, flanqueada por 2 pares de crura cardinal, sendo um longo e paralelo a linha da charneira e o outro oblíquo a cavidade resilial. Margem cardinal levemente recurvada para dentro.
Valva direita desconhecida. Dimensões — Valva esquerda — altura 25 mm, largura 26 mm, semidiâmetro 6 mm, comprimento da charneira 14 mm. Material-tipo — Holótipo n.° 4.804-I da col. de Paleont. da D. G. do M. N. Distribuição na formação Pirabas. Uma valva esquerda coletada no local Fazenda, ilha de Fortaleza, baía de Pirabas, munic. de Salinópolis, Est. do Pará. Discussão — Parece ter sido rara no Mioceno do Brasil, a presente espécie aqui descrita. Chlamys (Argopecten) coopericellus sp nov. guarda grande afinidade com C. (A.) cooperi (Arnold 1906) e C. (A.) ericellus (Hertlein 1929), ambas do Plioceno de Pacific Beach, San Diego, Califórnia. Esta acentuada afinidade entre as trés espécies, poderá ser melhor interpretada pelo quadro II, onde procuramos resumir os caracteres essenciais das mesmas, de acórdo com as suas respectivas descrições. Apesar da grande semelhança que existe entre as três espécies, julgamos que as pequenas diferenças nas ornamentações dos interespaços e das aurículas são suficientes para torná-las espécies distintas, sendo bastante provável que haja uma descendência direta entre aquelas conchas do Plioceno de San Diego, na Califórnia e a do Mioceno inferior da formação Pirabas.»
CÂNDIDO SIMÕES FERREIRA, 1960
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